Texto:
Josué 7.21,22.
“Acã
respondeu a Josué: “É verdade. Pequei contra o Eterno, o Deus de
Israel! Eu fiz isto: Quando vi entre os despojos uma bela CAPA
BABILÔNICA,
dois quilos e quatrocentos gramas de PRATA
e uma barra de seiscentos gramas de OURO,
eu os cobicei e me apropriei deles. Estão enterrados na minha tenda,
COM
A PRATA POR BAIXO.”
INTRODUÇÃO:
Iremos
fazer neste texto algumas reflexões acerca da passagem bíblica que
relata a atitude impia e desastrosa de Acã quando este resolve
quebrar o mandamento do Eterno . O texto nos traz á luz a
desobediência que desencadeia a condenação fatal, que leva o ser
humano pecar contra o Eterno, o pecado traz grandes consequências.
Vemos que nesta passagem bíblica o que um erro de uma pessoa que
conhece a Deus leva-o a cair numa situação difícil, as vezes se
pensa que é possível esconder os nossos erros, mas podemos assim
fazê-lo diante dos homens carnais e pecadores como nós, mas jamais
ninguém se esconderá de Deus. Acã descumpriu o mandamento do
Eterno, quando apropriou-se dos despojos do povo de Jericó, a qual
Deus havia anunciado como Anátema (Js. 6.18,19/ 7.1). Eis abaixo
algumas indagações:
- Que significado tem a capa, quando a mesma pertence a babilônia?
- Que significado tem a prata e ouro?
- Qual o significado da redundância das palavras “a prata debaixo dela” (A.R.C), será uma mensagem de Deus para nós? Por que não o fez com o “ouro”?
- Por que as coisas foram colocadas debaixo da capa?
1. O
SIMBOLISMO DA CAPA “BABILÔNICA” – ( Js 7. 21; Is 59.12; Mt
5.40)
A capa,
manto ou mesmo o vestido possuem praticamente o mesmo simbolismo. A
capa era uma peça solta do vestuário, antigamente as pessoas usavam
para cobrir-se e adornar as vestimentas e ela trazia um grande
simbolismo, significava o estilo de vida que essa pessoa levava.
Nesta passagem, encontramos Acã se apropriando de uma “bela capa
babilônica”, possivelmente deveria ser uma capa real e de grande
valor, quando se trata de mero egoismo e satisfação...
Por se
tratar de uma capa babilônica, devemos atentar para o significado
espiritual que essa capa nos traz. BABILÔNIA fora uma nação pagã
e ímpia, corrompida em toda as estancias sociais, tanto na cultura,
vida social e religiosa de seus habitantes, trazendo um significado
de despertamento para os dias atuais, representa em nossos dias o
MUNDO e suas corrupções, tanto na vida do ser humano como no seu
estado espiritual, o pecado e as suas ações iníquas que faz o
homem distanciar-se do seu Criador, o ETERNO.
Vemos que
aí está as astúcias ciladas do arqui-inimigo que tenta de todas as
formas ludibriar, atrair, seduzir, persuadir os verdadeiros filhos de
Deus, tentando-os levar a usar a velha capa do pecado, do mundanismo.
Devemos lembrar que o Eterno nos concedeu novas vestes e por isso não
necessitamos cobrir-nos com alguma capa, as nossas vestimentas foram
purificadas pelo o sangue do cordeiro imaculado (Zac 3. 1-4), já
despimos da velha natureza, do velho homem (Rm 6.6; Ef 4.22; Cl 3.9),
deixamos a velha capa do pecado, ou seja, o estilo de vida que
vivíamos, assim como Bartimeu (Mc 10.50) e já se tornamos novas
criaturas. (2 Co 5.17).
2. O
SIMBOLISMO DA PRATA.
Durante
toda a história de Israel do Egito até o cativeiro babilônico, o
siclo era a única unidade básica de valores monetário, por tanto a
sua significação está ligada apropriação de bens e riqueza
ilícita, um engodo que destrói muitas vidas, inclusive de alguns
que não se contém no meio do povo de Deus e se deixa levar pelo o
engano materialista, assim como Ananias e Safira. É exemplo
específico para os nossos dias, percebemos claramente como muitos
dos quais se dizem servos de Cristo andam a procura de bens materiais
a todo custo, vivendo a mercê de charlatões e falsos profetas que
ludibriam suas mentes fracas. Esquecem de um tesouro especial
adquirido no madeiros da cruz por Cristo, que nos garantiu uma morada
na eterna glória (Jo 14.1-3), e por isso devemos
ter em nossa vida como marca principal o tesouro escondido no céu,
como disse Jesus: “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará
também o vosso coração.” (Mat 6 : 21).
a)
Muitos procuram em Jesus uma fonte capitalista, de prosperidade
material, desprezando de vez a riqueza guardada nas mansões
celestiais. ( Mat 6. 19-21; Jo 6. 26,27; Col 3.1,2).
b)
Jesus nos ensina a se contentarmos com os cuidados do Eterno,
lembrando sempre das suas solicitudes, preferindo buscar em primazia
o Reino de Deus e a sua justiça (Mat 6. 25-34).
c)
Jesus nos mostra claramente que o verdadeiro discipulo deve esta apto
a abnegação própria para servi-lO, mostrando que a riqueza jamais
poderá garantir a vida eterna. (Mar 8. 34-38).
d)
"Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos
nós? Tu tens as palavras da vida eterna." (João 6 : 68), tal
qual como Pedro, devemos assim reconhecer.
Portanto
não existe nada neste mundo que poderá satisfazer a nossa alma, nos
garantindo eterno gozo, senão for a plena satisfação de sermos
servos fieis de Deus. “O mundo passa e todos os seus desejos, mas
quem faz a vontade do Eterno D`us viverá para sempre” (I Jo 2.
17). E mais uma vez nos garante Jesus: “Ser fiel até a morte e
dar-te-ei a coroa da vida” (Rev 2.10).
3.
O SIMBOLISMO DO OURO.
Iremos
verificar o que poderemos falar em relação ao ouro, que neste
contexto histórico, pode significar a a vareza que surgiu no coração
de Acã. O texto nos indica que era uma pequena quantia de ouro ao
ponto de ser em pouco valor com relação a prata. Segundo alguns
interpretes, a CUNHA simplesmente significa a “ação de dividir”,
e tomando por esta linha de pensamento “quantos hoje, movido pela a
mesma ambição de Acã, tem dividido a obra de Deus, criando
contendas, murmurações entre o povo, sendo instrumentos de satanás,
ao invés de serem uma benção nas mãos de Deus”.
As
repetições contida no texto “a prata debaixo da capa” (vs.
21,22), levam-me a crê que Deus nos queria transmitir algo de
maneira redundante: “Acã fora levado pela a cobiça, o
materialismo mundano, e devemos aprender que jamais devemos deixar
que a velha natureza impere, que o velho homem não ressuscite e
sobrepuje a nossa vida espiritual, bem como o materialismo, o
mundanismo, que tão de perto nos rodeia. ,as corramos com paciência
a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, o Autor e
Consumador da nossa fé”. (Hb 12.1,2).
4.
O PROCESSO DO PECADO DE ACÃ.
Segundo
o capítulo 6.19 e 19, Josué já havia advertido o povo a não
prevaricar contra Deus, que o povo jamais colocasse as mãos sobre
aquilo que Deus havia lançado o Anátema (Maldição) de entre os
despojos dos inimigos (ref. Dt 7.26). mas que toda a prata e ouro e
os vasos de metal e ferro (os que não eram consagrados aos ídolos)
fossem consagrados ao Senhor e assim fizessem parte do tesouro
sagrado. Mas logo deparamos com a triste desobediência de Acã, que
mesmo sendo advertido e conhecesse o que fora dito por Moisés, não
hesitou em descumprir a palavra do Senhor. Então:
a)
O pecado de Acã fez Israel perdesse a batalha diante dos Amorreus
(Ai) – Js 7.4
b)
O pecado de Acã, fez ele ser derrotado pelo o egoísmo e soberba –
Js 7. 1,21,22.
c)
O pecado de Acã, custou-lhe a perda da própria vida, assim como dos
seus familiares. - Js 7.25,26.
4.1
– OS PASSOS DA QUEDA DE ACÃ.
a)
ENGODO (Isca). - “Eu vi...”, Nem tudo podemos ver,
aqui neste contexto, Acã foi atraído pela a isca, a sua visão
carnal, é a primeira etapa da tentação, o desejo vem sempre por
aquilo que os nossos olhos veem. Portanto, há muitas coisas neste
mundo, que devemos deixar passar, não precisamos olhar, se assim
quisermos ver a Glória de Deus, a face adorada de Jesus (Mt 5.29). O
vê aqui é simplesmente deixar a nossa visão paralisada naquilo que
a carne deseja, é atentar para o mal com sedução, e assim
perderemos a nossa visão espiritual. Lembre-se: Bartimeu queria ver.
Portanto não se engane com a aparência do mal, pois é uma ISCA (Tg
1.14).
b)
CONCUPISCÊNCIA (desejo) - “eu cobicei...”, o desejo é
a segunda consequência da queda, quando alguém é envolvido pela a
sedução dos olhos para a prática do pecado. Assim o desejo tomou
conta dos sentidos de Acã, e este então obedeceu os impulsos
contaminados do coração. Jesus ensina que é “...do coração do
homem, que surge os maus pensamentos...” (Mc 7.21).
c)
CONCEPÇÃO DO PECADO (a ação) - “tomei-os...”, Acã
entra ação com seu plano pecaminoso, é etapa da ação, quando sem
pensar age o homem em busca de realizar seus desejos tenebrosos. A
maldição recaiu sobre Acã, pois ele apropriou-se da mesma, não
medindo as consequências, e o que por fim seria o seu desfecho
final. Acontecera de maneira parecida com o primeiro casal, quando
foram seduzidos pela a serpente no Éden (Gn 3.6), veja outras
referencias sobre esta ação (Ex 20.15; Tg 1.15; Dt 7.15).
d)
CONSUMAÇÃO DO PECADO (etapa final) - “escondi na
terra...”, Tiago ensina que depois que o pecado é consumado
gera a morte (Tg 1.15), e Acã conclui a sua ação, e esta ação
foi desastrosa, tanto para Israel, como por fim para sua vida e de
sua família. Acã confessa o que realmente acontecera, e o juizo de
Deus fora executado sobre ele, que não pode adquirir herança na
terra prometida.
CONCLUSÃO:
O
que aprendemos com esta passagem bíblica? Todas as coisas são
visíveis aos olhos de Deus, e nada há que Ele não revele! (Sl 139.
7-12), Acã havia escondido dos olhos de Josué e toda a nação, mas
jamais se escondera de Deus (Js 7.10-15, 19). uma vez, o pecado
removido, há garantias de vitória (Js 8.1), Deus entregou aquela
cidade impia nas mão de Israel, por isso é melhor obedecer do que
sacrificar (I Sm 15.22; I Jo 3.3-10).
Devemos
arrepender-se e confessar os nossos pecados, não seguir o exemplo de
Acã, que fora pressionado a confessar o pecado, sem ao menos
demonstrar verdadeiro arrependimento, ele não tinha como dizer que
era mentira, pois era Deus que estava revelando (Js 7.20). Que nossa
postura seja buscar o perdão divino, sempre obedecer a palavra de
Deus (I Jo 1.9; At 8.20-23). Por tanto, que possamos exprssar de
maneira transparente a vida intima com Cristo, sabendo que nada neste
mundo pode nos garantir a “eternidade com Deus”, as riquezas no
porvir é além do nosso entendimento. Façamos como Pedro - “Senhor,
para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna” (Jo 6.68)
Amém,
01/06/2013.
Muito bom,bênção de Deus.
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