INDICE CRISTÃOS BEREANOS

domingo, 2 de junho de 2013

O PECADO DE ACÃ – PECADO ESCONDIDO

Texto: Josué 7.21,22.

Acã respondeu a Josué: “É verdade. Pequei contra o Eterno, o Deus de Israel! Eu fiz isto: Quando vi entre os despojos uma bela CAPA BABILÔNICA, dois quilos e quatrocentos gramas de PRATA e uma barra de seiscentos gramas de OURO, eu os cobicei e me apropriei deles. Estão enterrados na minha tenda, COM A PRATA POR BAIXO.

INTRODUÇÃO:

Iremos fazer neste texto algumas reflexões acerca da passagem bíblica que relata a atitude impia e desastrosa de Acã quando este resolve quebrar o mandamento do Eterno . O texto nos traz á luz a desobediência que desencadeia a condenação fatal, que leva o ser humano pecar contra o Eterno, o pecado traz grandes consequências. Vemos que nesta passagem bíblica o que um erro de uma pessoa que conhece a Deus leva-o a cair numa situação difícil, as vezes se pensa que é possível esconder os nossos erros, mas podemos assim fazê-lo diante dos homens carnais e pecadores como nós, mas jamais ninguém se esconderá de Deus. Acã descumpriu o mandamento do Eterno, quando apropriou-se dos despojos do povo de Jericó, a qual Deus havia anunciado como Anátema (Js. 6.18,19/ 7.1). Eis abaixo algumas indagações:
  1. Que significado tem a capa, quando a mesma pertence a babilônia?
  2. Que significado tem a prata e ouro?
  3. Qual o significado da redundância das palavras “a prata debaixo dela” (A.R.C), será uma mensagem de Deus para nós? Por que não o fez com o “ouro”?
  4. Por que as coisas foram colocadas debaixo da capa?

1. O SIMBOLISMO DA CAPA “BABILÔNICA” – ( Js 7. 21; Is 59.12; Mt 5.40)

A capa, manto ou mesmo o vestido possuem praticamente o mesmo simbolismo. A capa era uma peça solta do vestuário, antigamente as pessoas usavam para cobrir-se e adornar as vestimentas e ela trazia um grande simbolismo, significava o estilo de vida que essa pessoa levava. Nesta passagem, encontramos Acã se apropriando de uma “bela capa babilônica”, possivelmente deveria ser uma capa real e de grande valor, quando se trata de mero egoismo e satisfação...
Por se tratar de uma capa babilônica, devemos atentar para o significado espiritual que essa capa nos traz. BABILÔNIA fora uma nação pagã e ímpia, corrompida em toda as estancias sociais, tanto na cultura, vida social e religiosa de seus habitantes, trazendo um significado de despertamento para os dias atuais, representa em nossos dias o MUNDO e suas corrupções, tanto na vida do ser humano como no seu estado espiritual, o pecado e as suas ações iníquas que faz o homem distanciar-se do seu Criador, o ETERNO.
Vemos que aí está as astúcias ciladas do arqui-inimigo que tenta de todas as formas ludibriar, atrair, seduzir, persuadir os verdadeiros filhos de Deus, tentando-os levar a usar a velha capa do pecado, do mundanismo. Devemos lembrar que o Eterno nos concedeu novas vestes e por isso não necessitamos cobrir-nos com alguma capa, as nossas vestimentas foram purificadas pelo o sangue do cordeiro imaculado (Zac 3. 1-4), já despimos da velha natureza, do velho homem (Rm 6.6; Ef 4.22; Cl 3.9), deixamos a velha capa do pecado, ou seja, o estilo de vida que vivíamos, assim como Bartimeu (Mc 10.50) e já se tornamos novas criaturas. (2 Co 5.17).

2. O SIMBOLISMO DA PRATA.

Durante toda a história de Israel do Egito até o cativeiro babilônico, o siclo era a única unidade básica de valores monetário, por tanto a sua significação está ligada apropriação de bens e riqueza ilícita, um engodo que destrói muitas vidas, inclusive de alguns que não se contém no meio do povo de Deus e se deixa levar pelo o engano materialista, assim como Ananias e Safira. É exemplo específico para os nossos dias, percebemos claramente como muitos dos quais se dizem servos de Cristo andam a procura de bens materiais a todo custo, vivendo a mercê de charlatões e falsos profetas que ludibriam suas mentes fracas. Esquecem de um tesouro especial adquirido no madeiros da cruz por Cristo, que nos garantiu uma morada na eterna glória (Jo 14.1-3), e por isso devemos ter em nossa vida como marca principal o tesouro escondido no céu, como disse Jesus: “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” (Mat 6 : 21).
a) Muitos procuram em Jesus uma fonte capitalista, de prosperidade material, desprezando de vez a riqueza guardada nas mansões celestiais. ( Mat 6. 19-21; Jo 6. 26,27; Col 3.1,2).
b) Jesus nos ensina a se contentarmos com os cuidados do Eterno, lembrando sempre das suas solicitudes, preferindo buscar em primazia o Reino de Deus e a sua justiça (Mat 6. 25-34).
c) Jesus nos mostra claramente que o verdadeiro discipulo deve esta apto a abnegação própria para servi-lO, mostrando que a riqueza jamais poderá garantir a vida eterna. (Mar 8. 34-38).
d) "Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna." (João 6 : 68), tal qual como Pedro, devemos assim reconhecer.

Portanto não existe nada neste mundo que poderá satisfazer a nossa alma, nos garantindo eterno gozo, senão for a plena satisfação de sermos servos fieis de Deus. “O mundo passa e todos os seus desejos, mas quem faz a vontade do Eterno D`us viverá para sempre” (I Jo 2. 17). E mais uma vez nos garante Jesus: “Ser fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida” (Rev 2.10).

3. O SIMBOLISMO DO OURO.

Iremos verificar o que poderemos falar em relação ao ouro, que neste contexto histórico, pode significar a a vareza que surgiu no coração de Acã. O texto nos indica que era uma pequena quantia de ouro ao ponto de ser em pouco valor com relação a prata. Segundo alguns interpretes, a CUNHA simplesmente significa a “ação de dividir”, e tomando por esta linha de pensamento “quantos hoje, movido pela a mesma ambição de Acã, tem dividido a obra de Deus, criando contendas, murmurações entre o povo, sendo instrumentos de satanás, ao invés de serem uma benção nas mãos de Deus”.
As repetições contida no texto “a prata debaixo da capa” (vs. 21,22), levam-me a crê que Deus nos queria transmitir algo de maneira redundante: “Acã fora levado pela a cobiça, o materialismo mundano, e devemos aprender que jamais devemos deixar que a velha natureza impere, que o velho homem não ressuscite e sobrepuje a nossa vida espiritual, bem como o materialismo, o mundanismo, que tão de perto nos rodeia. ,as corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, o Autor e Consumador da nossa fé”. (Hb 12.1,2).

4. O PROCESSO DO PECADO DE ACÃ.
Segundo o capítulo 6.19 e 19, Josué já havia advertido o povo a não prevaricar contra Deus, que o povo jamais colocasse as mãos sobre aquilo que Deus havia lançado o Anátema (Maldição) de entre os despojos dos inimigos (ref. Dt 7.26). mas que toda a prata e ouro e os vasos de metal e ferro (os que não eram consagrados aos ídolos) fossem consagrados ao Senhor e assim fizessem parte do tesouro sagrado. Mas logo deparamos com a triste desobediência de Acã, que mesmo sendo advertido e conhecesse o que fora dito por Moisés, não hesitou em descumprir a palavra do Senhor. Então:
a) O pecado de Acã fez Israel perdesse a batalha diante dos Amorreus (Ai) – Js 7.4
b) O pecado de Acã, fez ele ser derrotado pelo o egoísmo e soberba – Js 7. 1,21,22.
c) O pecado de Acã, custou-lhe a perda da própria vida, assim como dos seus familiares. - Js 7.25,26.

4.1 – OS PASSOS DA QUEDA DE ACÃ.
a) ENGODO (Isca). - “Eu vi...”, Nem tudo podemos ver, aqui neste contexto, Acã foi atraído pela a isca, a sua visão carnal, é a primeira etapa da tentação, o desejo vem sempre por aquilo que os nossos olhos veem. Portanto, há muitas coisas neste mundo, que devemos deixar passar, não precisamos olhar, se assim quisermos ver a Glória de Deus, a face adorada de Jesus (Mt 5.29). O vê aqui é simplesmente deixar a nossa visão paralisada naquilo que a carne deseja, é atentar para o mal com sedução, e assim perderemos a nossa visão espiritual. Lembre-se: Bartimeu queria ver. Portanto não se engane com a aparência do mal, pois é uma ISCA (Tg 1.14).
b) CONCUPISCÊNCIA (desejo) - “eu cobicei...”, o desejo é a segunda consequência da queda, quando alguém é envolvido pela a sedução dos olhos para a prática do pecado. Assim o desejo tomou conta dos sentidos de Acã, e este então obedeceu os impulsos contaminados do coração. Jesus ensina que é “...do coração do homem, que surge os maus pensamentos...” (Mc 7.21).
c) CONCEPÇÃO DO PECADO (a ação) - “tomei-os...”, Acã entra ação com seu plano pecaminoso, é etapa da ação, quando sem pensar age o homem em busca de realizar seus desejos tenebrosos. A maldição recaiu sobre Acã, pois ele apropriou-se da mesma, não medindo as consequências, e o que por fim seria o seu desfecho final. Acontecera de maneira parecida com o primeiro casal, quando foram seduzidos pela a serpente no Éden (Gn 3.6), veja outras referencias sobre esta ação (Ex 20.15; Tg 1.15; Dt 7.15).
d) CONSUMAÇÃO DO PECADO (etapa final) - “escondi na terra...”, Tiago ensina que depois que o pecado é consumado gera a morte (Tg 1.15), e Acã conclui a sua ação, e esta ação foi desastrosa, tanto para Israel, como por fim para sua vida e de sua família. Acã confessa o que realmente acontecera, e o juizo de Deus fora executado sobre ele, que não pode adquirir herança na terra prometida.

CONCLUSÃO:

O que aprendemos com esta passagem bíblica? Todas as coisas são visíveis aos olhos de Deus, e nada há que Ele não revele! (Sl 139. 7-12), Acã havia escondido dos olhos de Josué e toda a nação, mas jamais se escondera de Deus (Js 7.10-15, 19). uma vez, o pecado removido, há garantias de vitória (Js 8.1), Deus entregou aquela cidade impia nas mão de Israel, por isso é melhor obedecer do que sacrificar (I Sm 15.22; I Jo 3.3-10).
Devemos arrepender-se e confessar os nossos pecados, não seguir o exemplo de Acã, que fora pressionado a confessar o pecado, sem ao menos demonstrar verdadeiro arrependimento, ele não tinha como dizer que era mentira, pois era Deus que estava revelando (Js 7.20). Que nossa postura seja buscar o perdão divino, sempre obedecer a palavra de Deus (I Jo 1.9; At 8.20-23). Por tanto, que possamos exprssar de maneira transparente a vida intima com Cristo, sabendo que nada neste mundo pode nos garantir a “eternidade com Deus”, as riquezas no porvir é além do nosso entendimento. Façamos como Pedro - “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna” (Jo 6.68)

Amém, 01/06/2013.

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