INDICE CRISTÃOS BEREANOS

quinta-feira, 29 de junho de 2017

EVANGELISMO – A MISSÃO INTEGRAL DA IGREJA..

Texto: Atos 1.8/ Mc 16.

INTRODUÇÃO.

Evangelismo é o ato de levar o Evangelho (grego: euuangelion) a outras pessoas, este vocábulo é encontrado 76 vezes no Novo Testamento, e só aparece no singular; O Senhor Jesus Cristo é o conteúdo do evangelho: sua Vinda, seu ministério terreno, morte e ressurreição (Rm 1.1-7). É a anunciação de como Deus “amou o mundo de tal maneira, que ofereceu seu Filho Unigênito” (João 3.16). Evangelizar é pregar o evangelho (Mc 16.15), é pescar almas (Mt 4.19), é procurar os perdidos (Lc 15), é livrar as vidas da morte (Pv 24.11), é cuidar das almas (Sl 142.4).

1. PORQUE DEVEMOS EVANGELIZAR?

Devido a desobediência do homem que caiu em transgressão, Deus sentiu a necessidade de resgatá-lo, não que Ele tivesse uma necessidade como o homem ou que sentisse obrigado a fazer-lo. Mas Ele sentiu o desejo de resgatar a obra das suas mãos. O pecado tem cegado o entendimento claro do homem, tornando-o corrupto em relação ao seu Criador. (Rm 3.23). Eis algumas razões de evangelizar:
1.1- Deus nos evangelizou.
A verdade, é que desde da queda da humanidade, Deus na sua infinita misericórdia criou meios para falar á humanidade, o salmista disse: “os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos”. (Sl 19.1). É Deus mostrando o seu grande amor por nós, além das obras que foram criadas por Deus, Ele utilizou-se de homem fieis, os seus servos para falar sobre tão grande obra de salvação, mesmo que em muitas vezes no inicio não abrangesse a todos, mas conseguiria assim cumprir através do sacrifício de seu Único Filho. Veja onde essa obra foi anunciada: Em Abraão ...”serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3),
em Moisés ...”suscitarei um profeta no meio de vós...” (Dt. 18.18), em Isaías ...”uma virgem dará á luz um filho e será seu nome EMANUEL...” (Is 7.14), “...por que um menino nos nasceu...” (Is 9.6), “O Espírito do Senhor está sobre mim...para apregoar o ano aceitável do senhor...” (Is 61.1,2). É Jesus a boa notícia, as boas novas de salvação para o homem, enviada por Deus. Veja a anunciação do anjo aos pastores:

“Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor”.(Lc 2.10)

1.2 – Evangelizar é uma ordem de Jesus Cristo. (Mt 28.19)
Em Mateus, é apresentado o imperativo evangelístico de Cristo á sua igreja, com quatro determinações verbais:
a) IR – No sentido de mover-se ao encontro das pessoas, afim de comunicar a mensagem salvífica do evangelho.
b) FAZER DISCÍPULOS – Com o sentido de “estar com” as pessoas e torná-las seguidoras de Cristo.
c) BATIZAR – É o ato físico que confirma o novo convertido pela a sua confissão pública de que Jesus Cristo é o seu Salvador e Senhor.
d) ENSINAR – As doutrinas da Bíblia, com o objetivo de aperfeiçoar e preparar o discípulo para a sua jornada na vida cristã.

A “Grande Comissão” repetida cinco vezes nos evangelhos e em Atos dos Apóstolos (Mt 28.18-20; Mc 16.15; Lc 24.47; At 1.8), é o verdadeiro alvo do Novo Testamento. Por tanto o “ide” de Jesus é uma obrigação ...”me é imposta esta obrigação, e ai de mim, se não anunciar o Evangelho”. (I Co 9.16), por isso aquele que crê em Jesus deve cumprir as suas ordens (pregar e fazer discípulos). Essa tão sublime tarefa não foi dada aos anjos, mas aos crentes em Cristo Jesus. Um bom cristão não pode se eximir desta tão grande missão.

2. QUANDO DEVEMOS EVANGELIZAR?

Cristo ordenou aos seus discípulos antes de subir á glória, que quando recebessem a promessa do Consolador, saíssem a testemunhar “...em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra”. (At 1.8b) e assim a igreja de Jerusalém saiu a proclamar o Evangelho, que de inicio levaram aos judeus e por fim através de Paulo aos confins das terras existente naqueles dias, ou seja, aos gentios e este evangelho nos alcançou. “Não temas, mas fala, e não te cales;” (At 18.9), foi a ordem que Paulo recebeu para pregar o evangelho em Corinto. “Não temas” com a força do texto grego é “não tenha medo” e a seguir “fala,e não te cales” ou seja “não fique em silêncio” Esta expressão idiomática em que há uma afirmação e uma negação, acrescenta certa solenidade à ordem. é a mesma ordem de Deus para nós, não devemos temer as causas, os efeitos, as consequências que virá por causa da pregação da palavra, mas devemos seguir avantes com propósitos e amor pelas as almas perdidas, se não:

“...Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas”. (Rm 10.14,15)

2.1 – O tempo de Deus é “agora”.(At 17.30)
“..eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação” (2 Co 6.2). Por que agora? Agora estamos vivos. Não sabemos quando seremos recolhidos pelo o Senhor. Devemos fazer a obra de Deus “enquanto é dia, a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (Jo 9.4). Hoje em nosso país, temos plena liberdade para pregarmos o evangelho em todos os lugares. Entretanto, pode ser que no futuro, nossa liberdade religiosa seja restringida ou caçada e fiquemos impossibilitados de pregar o evangelho. Devemos evangelizar todos os dias, aproveitando as oportunidades. A Bíblia recomenda que preguemos a Palavra “a tempo e fora de tempo” (2 Tm 4.2).

3. COMO DEVEMOS EVANGELIZAR?

Nem sempre podemos fazer cultos públicos em qualquer lugar, mas podemos fazer o evangelismo pessoal. Aliás esse é método mais prático e eficiente de levar a mensagem de Cristo com mais precisão, momento propício de falar minuciosamente e paulatinamente sobre o amor de Deus.
3.1 - Há bastante oportunidades para falar do amor de Cristo, veja algumas:
a) Nos cultos. Sempre existem pessoas nãos cristãs que visitam as igrejas, e as vezes não se sentem convencidas ou despertadas por um sermão que é pregado no púlpito, embora seja esse um meio de pregar a palavra, mas existem pessoas que quando ouvem minuciosamente a palavra de Deus se convertem, pois é que elas conseguem entender-la melhor. Por isso podemos conversar com elas após os cultos ou durante, levando aquela palavra sincera. Muitos tem temores e dúvidas internas, precisando apenas de uma palavra de encorajamento.
b) Nos lares – A evangelização não se limita á quatro paredes de um Templo, mas a ação de evangelizar é como se fosse o “trabalho de semeadura” que o lavrador faz sobre a terra. “ o campo é o mundo” (Mt 13.38) e o mundo começa a nossa porta, no nosso próprio lar (Mc 5.19). Os cristãos primitivos evangelizavam de casa em casa (At 20.20). Muitas igrejas que hoje são grandes, começaram em casas particulares. (Veja a História da Assembleia de Deus).
c) Nos trabalhos – Jesus chamou seus discípulos, quando eles estavam ocupados em seus trabalhos habituais (Mc 1.16-19; Mt 9.9). Nem sempre podemos está falando da palavra no momento em que estamos trabalhando, mas podemos testemunhar por nossas vidas aos ímpios, e o nosso testemunho expressa o amor de Cristo.
d) Nos transportes – Nos ônibus, trens, metrôs ou outros meios de transportes, onde normalmente as pessoas mesmo ocupadas, sempre ouvem e devem ouvir a palavra de Deus. E quando não podemos falar com ninguém, podemos entregar um folheto apropriado.
e) Enfim em todos os lugares – Podemos pregar a palavra em todos os lugares, nos hospitais, penitenciárias e outra instituições publicas, nessas circunstâncias é preciso obter autorização para realizar o trabalho que se pretende. Há pessoas que quando estão com saúde, ou em plena liberdade jamais ouviriam o evangelho, mas nessas circunstâncias costumam ouvir de boamente. Lembre-se seu objetivo é anunciar o Evangelho de Cristo. O convite da salvação destina-se a todas as pessoas em todos os lugares independente de cor, credo, religião, raça, cultura e posição social.

3.2 – O que não devemos fazer, quando estivermos evangelizando.
a) Nunca levar alimentos, quando sairmos em coletivo para levar a mensagem de casa em casa. Não mascar chicletes ou balas, para que não tire a atenção das pessoas ...” Não leveis bolsa, nem alforje, nem alparcas; e a ninguém saudeis pelo caminho”. (Lc 10.4), a pregação da palavra deve ter objetivos.
b) Ser educado sempre quando visitar ou chegar na casa de alguém, saudando conforme o costume, levando a Paz de Cristo àquele lar, se porém não forem recebidos como normalmente se espera “...E, se ali houver algum filho de paz, repousará sobre ele a vossa paz; e, se não, voltará para vós” (Lc 10.6). Seguir avante...
c) Evitar discussões que giram em torno de assuntos doutrinários, dogmas ou algum outro aspecto religioso, que não levam em nada, mas as vezes faz com as pessoas se afastem mais ainda do evangelho.(2 Tm 2.23), o nosso dever é plantar a semente e Deus faz a obra (I Co 3.6,7), o Espirito Santo é quem convence o homem de seu pecado. (Jo 16.8). Jamais ataque a religião alheia, é motivo para brigas e rixas, a nossa meta é anunciar a Cristo e Este crucificado. (I Co 2.2)

4 . REQUISITOS BÁSICOS PARA EVANGELIZAR.

Como uma pessoa que foi transformada pelo o Espírito de Deus, e agora vive em Cristo, e que sente e ouve o “ide” imperativo do Mestre, precisa utilizar e ter experiencia da salvação. (2 Tm 1.12). Veja alguns requisitos para podermos com eficiência levar a palavra de Deus:
a) Ler e estudar as escrituras diariamente – Paulo deu ordens á Timóteo para que o mesmo procurasse a inteirasse do conhecimento das escrituras “...Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm 2.15), “Então Filipe, abrindo sua boca, e começando nesta escritura, lhe anunciou a Jesus” (At 8.35). É preciso que estejamos prontos á levar a mensagem, procurando estudar sistematicamente a Bíblia. Aquilo que a eloquência , o argumento e a persuasão não pode fazer, a Palavra de Deus o faz quando apresentada com a unção do Espírito Santo.
b) Ter ardente amor ás almas perdidas – Levar a palavra pode nos fazer correr riscos, mas era assim que Igreja Primitiva fazia, enfrentava dificuldades, prisões, perseguições, proibições, ameaças e até a morte, mas nada pôde parar o avanço do evangelho naqueles dias. Pois eram constrangidos pelo o amor de Cristo (2 Co 5.14) e não podiam deixar de falar do que tinham visto e ouvido (At 4.20). Para lograrmos êxito no evangelismo, é necessário pedir ao Senhor que nos encha o coração de amor pelos os perdidos. Expressou Brainerd:

“Não me importava onde ou como vivia nem as experiências duras que passava, se isto me levava a ganhar almas para Cristo. Enquanto dormia era este o meu sonho e quando acordava o meu primeiro pensamento neste grande trabalho estava.”(Brainerd)

quarta-feira, 28 de junho de 2017

INSPIRAÇÃO DIVINA E AUTORIDADE DA BÍBLIA


O tema desse estudo é a Inspiração Divina e Autoridade da Bíblia. Deus, o autor da Bíblia, inspirou os escritores sagrados. A Bíblia é constituída de 66 livros, e foi escrita em um período de 1600 anos. Deus usou cerca de 40 homens para compô-la. Os homens santos escreveram a Palavra de Deus valendo-se do próprio estilo, vocabulário, cultura e da direção do Espírito Santo. Por isso, Cremos na inspiração divina e autoridade da Bíblia Sagrada.
I – TEXTO BÍBLICO
(2 Timóteo 3.14-17).
14 – Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido,
15 – E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.
16 –  Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça;
17 –  Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.
I – ARGUMENTO TEOLÓGICO
1 – A Autoridade Divina
“[…] Um resumo a respeito do que a Bíblia alega sobre si mesma pode ser encontrado em duas passagens principais, Pedro disse que os autores foram impelidos pelo Espírito Santo, e Paulo declarou que seus escritos foram soprados pelo próprio Deus. Portanto, a Bíblia alega que autores movidos pelo Espírito Santo expressaram as palavras inspiradas por Deus (2 Pé 1.20,21).
Em suma, os escritos proféticos (do Antigo Testamento) não tiveram sua origem nos homens, mas em Deus, que agiu por meio de alguns homens chamados de profetas de Deus” (GEISLER, Norman. Teologia Sistemática: Introdução à Teologia Sistemática, a Bíblia, Deus, a Criação, 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, pp. 213,214).
“Existem muitas palavras ou frases que a Bíblia utiliza para se autodescrever e que sugerem uma reivindicação de autoridade divina. Jesus disse que a Bíblia é indestrutível e que ela jamais passará (Mt 5.17,18); ela é infalível, ou ‘não pode ser anulada’ (Jo 10.35); ela tem a autoridade final (Mt 4.4,7,10); e ela é suficiente para a nossa fé e prática (Lc 16.31)” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 218).
“Apesar do mistério que ronda o modo como Deus fez com que sua palavra fosse fiel sem destruir a liberdade e a personalidade dos autores humanos, existem algumas coisas que ficam muito claras. Os autores humanos não eram simplesmente secretários que anotavam algo que estava sendo ditado a eles; a sua liberdade não foi suspensa nem negada. Eles não foram autômatos.
As suas palavras correspondiam ao seu desejo, no estilo em que estavam acostumados a escrever. Na sua providência, Deus promoveu uma concordância divina entre as palavras deles e as suas” (HORTON, Stanley M, Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 222).
Mensagem a todos os povos
Através do mundo inteiro, qualquer crente, ao ler a Bíblia, recebe sua mensagem como se esta fora escrita diretamente para ele. Nenhum crente tem a Bíblia como livro alheio, estrangeiro, como acontece aos demais livros traduzidos. Todas as raças consideram a Bíblia como possessão sua.
Por exemplo, ao lermos ‘O Peregrino’ sabemos que ele é inglês; ao lermos ‘Em seus passos que faria Jesus?’ sabemos que é norte-americano, porque seus autores são oriundos desses países. É assim com a Bíblia? Não! Nós a recebemos como ‘nossa’. Isso acontece em qualquer país onde ela chega.
Ninguém tem a Bíblia como livro ‘dos outros’. Isto prova que ela procede de Deus — o Pai de todos” (GILBERTO, Antônio. A Bíblia através dos Séculos: A história e formação do Livro dos livros. 14.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 46).
A Septuaginta (LXX)
A versão padrão em grego [do Antigo Testamento], produzida em Alexandria, é conhecida como Septuaginta (LXX), que é a palavra latina para ‘setenta’. Essa tradução foi, sem dúvida, realizada durante os séculos III e II a.C.,” e “não foi projetada para ter as mesmas finalidades funcionais do AT hebraico, pois seu propósito era para ser lida publicamente nas Sinagogas, ao contrário dos propósitos educativos daqueles que precisavam do texto hebraico”. Para conhecer mais, leia, Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, pp.1994-95.
2 – A oposição
O Diabo tem feito de tudo para difamar a Bíblia; e uma de suas principais estratégias tem sido a disseminação do falso ensino de que as Escrituras não é a Palavra de Deus, mas apenas a contêm. Nesta lição, estudaremos alguns assuntos relacionados à transmissão, formação e inspiração divinas da Bíblia.
Obs.:”Rivais das Escrituras – Historicamente, a Igreja Cristã tem reconhecido a autoridade das Escrituras nas questões de fé e prática. Isto não quer dizer que não tem havido, e não continua a haver rivais quanto à reivindicação de plena autoridade feita pela Bíblia. Esses rivais tendem a subordinar, ou qualificar, a autoridade das Escrituras, ou mesmo igualar-se a ela.
O primeiro rival foi a tradição oral. Lado a lado com a Palavra escrita circulavam amplamente histórias e ensinos religiosos […]. Por isso, estando a tradição oral de acordo com as Escrituras, reflete a autoridade delas; quando, porém, se desvia da Palavra escrita, a sua autoridade desaparece. O segundo rival, quanto à autoridade religiosa, é a Igreja […].
Os católicos romanos alegam que a Igreja foi a instituição que produziu as Escrituras do Novo Testamento e que, em certo sentido, estabeleceu o cânon das Escrituras. Na prática, a Igreja Católica coloca-se acima das Escrituras, […] de modo sutil, a Igreja Romana havia usurpado a autoridade das Escrituras, atribuindo esta autoridade aos seus próprios ensinos internos”. (HORTON, S. M. Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. RJ: CPAD, 1996, p.86.)

II –  A TRANSMISSÃO DA BÍBLIA
Como a Bíblia chegou até nós, na forma em que a conhecemos? Essa é a pergunta que não se cala entre crentes e descrentes. Em qualquer lugar do mundo é possível acessar a Bíblia na forma de livro. Ela á foi traduzida para mais de 1.600 idiomas e dialetos. Porém, há mais de 4.000 povos que ainda não podem ler as Escrituras em sua própria íngua. Eis aí um enorme desafio Dara a igreja do Senhor Jesus.
1 – A transmissão oral.
Nos tempos mais remotos, conforme registros do Antigo Testamento, o Senhor comunicava-se com o homem verbalmente. Tanto é que lá no Éden, ele fora advertido pessoalmente pelo Eterno que não comesse do fruto da “árvore da ciência do bem e do mal” (Gn 2.17). Todavia, ordem divina não foi cumprida, acarretando o drástico fim da comunhão entre Deus e sua principal criatura.
a) No período antediluviano.
Antes do Dilúvio, a Palavra de Deus fora transmitida oralmente por 1.656 anos, aproximadamente. Esse período envolve os capítulos 1 a 5 de Gênesis, isto é, de Adão ao dilúvio. Época em que Deus criou os céus e a terra, o homem e os demais seres vivos; nesse período, deu-se o crescimento e o desenvolvimento do ser humano, e a corrupção geral do gênero humano, que culminou com o juízo divino sobre a humanidade.
b) Do dilúvio a Abraão.
Esse período compreende 1.427 anos, e envolve os capítulos 6 a 11 de Gênesis. Nesta época, Deus alertara Noé acerca do dilúvio, salvando a vida de oito pessoas: o patriarca, sua esposa, os três filhos (Sem, Cão e Jafé), e suas três noras. Se fizermos uma leitura cuidadosa das Escrituras verificaremos que Abraão transmitiu a Palavra de Deus oralmente a Isaque, e que essa mesma tradição perdurou até os dias de Moisés.
Este, bem informado sobre os fatos transmitidos por seus pais, teve plena condição de ser o primeiro escritor humano da Bíblia Sagrada. “Então disse o Senhor a Moisés: Escreve isto para memória num livro e relata-o aos ouvidos de Josué…” (Êx 17.14).
c) A Palavra de Deus transmitida por nove homens.
Desde o dia em que Deus falara a Adão (Gn 1.28), até a época em que ordenara a Moisés escrever sua Mensagem (Êx 17.14), nove homens receberam o encargo da transmissão oral: Adão (930 anos) falou a Lameque (777 anos); este, a Noé (950 anos); este, a Abraão (175 anos); este, a Isaque (180 anos); este a Jacó (147 anos); este a Coate (133 anos); este a Anrão (137 anos); e este a Moisés (120 anos). A despeito da longevidade desses patriarcas, foi o próprio Deus que, milagrosamente, assegurou a fidelidade da transmissão de sua Palavra.
2 –  A transmissão escrita da Bíblia.
Os chamados “livros canônicos” da Bíblia foram reunidos ao longo de 1600 anos; e isso se deu de forma especial e impressionantemente harmônica. Só a predominância da vontade de Deus sobre a mente humana pode explicar como cerca de 40 escritores puderam escrever os livros da Bíblia a partir de condições e circunstâncias tão diversas.
a) Deus, o único autor da Bíblia.
A despeito de Deus ser o único autor da Bíblia e de ter inspirado a todos os demais escritores, Ele mesmo se incumbiu dos primeiros registros das Escrituras: “E deu a Moisés (quando acabou de falar com ele no monte Sinai) as duas tábuas do Testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus” (Êx 31.18; 32.16; Dt 4.13; 10.4). Trata-se, aqui, do Decálogo, um resumo eloquente e poderoso de toda ética bíblica.
b) Moisés, o primeiro escritor.
Deus ordenou a Moisés que escrevesse num livro as orientações a seu sucessor, Josué: “Então disse o Senhor a Moisés: Escreve isto para memória num livro e relata-o aos ouvidos de Josué…” (Êx 17.14). Moisés tornou-se, desta forma, o primeiro escritor humano das Sagradas Escrituras. A Bíblia afirma que ele “escreveu todas as palavras do Senhor” (Êx 24.4); e que também, por ordem divina, guardou o livro da Lei “ao lado da arca do concerto do Senhor” (Dt 31.26).

III –  A COMPOSIÇÃO DOS LIVROS DA BÍBLIA
1 – A biblioteca divina.
A Bíblia é constituída de 66 livros, e foi escrita em um período de 1600 anos. Durante esse tempo, Deus usou cerca de 40 homens para escrever, reunir e preservar o Sagrado Livro. Nela encontramos histórias, poesias, biografias, normas, orações, profecias e outros relevantes temas e diversos gêneros literários. Em todos os livros, Cristo é o tema central da Bíblia.
2 –  O cânon bíblico.
A palavra “cânon”, antigamente, referia-se a uma haste usada para medir (Ez 40.3). Mais tarde, passou a significar regra, norma, ou padrão de medida (Gl 6.16; Fp 3.16). Aplicada à Bíblia, “cânon” é o conjunto de livros inspirados por Deus que transmitem a vontade do Eterno para sua Igreja, regulamentando a vida e a conduta de fé dos cristãos. O cânon do Antigo Testamento foi plenamente concluído em 1.046 anos, aproximadamente; e o do Novo, por volta do ano 100 d.C.
A forma de comunicação
O processo de comunicação divina aos profetas do Antigo Testamento se desenvolveu por meio da palavra e da visão, do som e da imagem (Jr 1.11-13). A revelação aos apóstolos no Novo Testamento veio diretamente do Senhor Jesus Cristo (Gl 1.11,12; 2 Pe 1.16-18; 13o 1.3) e do Espírito Santo (Ef 3.4,5). A frase “veio a palavra do SENHOR a”, “veio a mim a palavra do SENHOR” ou fraseologia similar, tão frequente no Antigo Testamento, diz respeito a uma revelação direta, externa e audível.
Essa forma de comunicação não aparece no Novo Testamento na comunicação divina aos apóstolos, exceto uma única vez no ministério de João Batista: “veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias” (Lc 3.2), pois ele é o último profeta da dispensação da lei (Lc 16.16).

IV –  INSPIRAÇÃO E REVELAÇÃO DA BÍBLIA
1 – A inspiração da Bíblia.
Compreende-se por “inspiração” a influência e a ação divina exercidas sobre os escritores da Bíblia (2 Tm 3.16; 1 Pe 1.19-21). Os homens santos escreveram a Palavra de Deus valendo-se do próprio estilo, vocabulário e cultura, sem prescindirem da direção sobrenatural do Espírito Santo.
2 –  A inspiração verbal e plenária.
Por inspiração verbal entende-se que os escritores sagrados atuaram sob a direção incondicional do Espírito Santo. Eles escreveram exatamente o que o Senhor desejava que fosse escrito. Portanto, a inspiração verbal das Escrituras não é uma mera teoria, mas a natureza própria da Bíblia (2 Sm 23.2; 1 Co 2.13; Hb 3.7). A inspiração plenária indica que o conteúdo, o ensino, e a doutrina das Escrituras, foram completamente inspirados por Deus. Não há na Bíblia qualquer parte que não seja inspirada e autorizada por Deus: “Toda a Escritura é divinamente inspirada” (2 Tm 3.16 – ARA).
3 –  Traduções Bíblicas.
As fontes originais dos escritos bíblicos, os chamados autógrafos ou manuscritos foram inspirados por Deus. Porém, as inúmeras cópias deles extraídas, bem como as traduções ou versões, muitas vezes modificadas pelos copistas ou tradutores, nem sempre são consideradas escritos inspirados. Somente as traduções ou versões comprovadamente fiéis aos originais, acham-se dignas dessa reputação.
4 –  A revelação bíblica.
Por “revelação”, entende-se o agir de Deus pelo qual Ele dá a conhecer ao escritor sagrado coisas ignoradas, isto é, o que este, por si só, não poderia saber. Ver Dn 12.8; 1 Pe 1.10,11. A inspiração nem sempre implica revelação. Toda a Bíblia foi inspirada por Deus, mas nem toda ela foi dada por revelação. Lucas, por exemplo, foi inspirado a examinar trabalhos já conhecidos e escrever o Evangelho que traz o seu nome (Lc 1.1-14). O mesmo se deu com Moisés, que foi inspirado a registrar o que presenciara, como relata o Pentateuco.

CONCLUSÃO
A Bíblia é a fonte mais fidedigna sobre a origem da vida e do homem; bem como do desenvolvimento da humanidade a partir da criação, passando pela Queda e Redenção, até o final de todas as coisas, na consumação dos séculos. Conforme o estudo em apreço, a Bíblia é a Palavra de Deus. Ainda que os ateístas ou materialistas, invistam de forma grosseira contra o Santo Livro, este permanece inabalável em seu conteúdo, revelado e inspirado por Deus. Leia também sobre a Fidelidade de Deus.

Referências
Dicionário Bíblico Wycliffe. CPAD, pp.1994-95.
GEISLER, Norman. Teologia Sistemática: Introdução à Teologia Sistemática, a Bíblia, Deus, a Criação. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
GILBERTO, Antônio. A Bíblia através dos Séculos: A história e formação do Livro dos livros. 14.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
HORTON, S. M. Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. RJ: CPAD, 1996.
RENOVATO, Elinaldo. O Deus do Livro e o Livro de Deus – Lições Bíblicas CPAD Jovens e Adultos 4º Trimestre de 2008 – Lição 11: A completude da Bíblia – Data: 14 de Dezembro de 2008.

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terça-feira, 13 de junho de 2017

A CORRIDA PARA O ALVO.

Texto:  - Hb 12.1-4

Muitos dedicam suas vidas em busca do sucesso, visando apenas os valores materiais. Poucos alcançam estes valores, mas, quando o fazem, percebem que ainda falta lhes falta algo. Só Deus pode preencher este vazio na nossa alma, e assim ele nos incentiva a nos esforçarmos para alcançar a recompensa maior: a vida eterna em Cristo Jesus. Introdução Sabemos que o atleta no mundo corre por um prêmio corruptível, também sabemos que nós, os servos do Senhor, corremos igualmente por uma recompensa não corruptível que é a vida eterna, por uma coroa, a coroa da vida. 

O Senhor deseja nos falar sobre a nossa corrida rumo à eternidade.

 Preparo do atleta no mundo - O atleta que não é servo se abstém de muitas coisas ou renuncia a muitas coisas; renuncia à vida social, alimentação, vestimentas, família, lazer, vício, etc. Ele tem que estar totalmente concentrado no seu objetivo, que é receber o prêmio. A alimentação não é a que ele gosta, mas a que ele necessita. A família fica em segundo plano, porque ele passa horas treinando, concentrado, etc. A vestimenta tem que ser apropriada para não causar dificuldade na corrida. Eles fazem todo esse esforço sem ter certeza de que vão alcançar o prêmio, pois podem aparecer obstáculos que os impeçam. Por exemplo: pode surgir um melhor do que ele, ou pode acontecer um problema físico, e assim por diante. 

 Preparo dos servos - Os servos também se abstém das mesmas coisas que o atleta. Por que renunciamos à sociedade corrompida? Porque para corrermos bem, como disse o apóstolo Paulo, a carreira que nos está proposta, precisamos andar ou viver na orientação do Espírito Santo. "E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me." Lc 9:23 Tomar a cruz significa renúncia ao nosso próprio eu (o viver segundo a carne). Renunciamos à alimentação que o mundo oferece como Daniel, que se absteve dos manjares do rei. A vestimenta do "atleta" (incluindo as servas), deve ser purificada no sangue de Jesus, isto é, vestes santas. Devemos produzir o fruto do Espírito Santo: domínio próprio, paciência, etc. 

 Com relação à família, a Palavra de Deus nos ensina que aquele que não deixar pai e mãe por amor do Senhor Jesus, não é digno dele. Em que sentido? No sentido de colocarmos o Senhor em primeiro lugar. No que tange ao lazer: nós nos abstemos do lazer que o mundo nos oferece para nos alegrarmos na orientação do Espírito Santo, na verdade nos abstemos somente daquilo em que o pecado está envolvido. Já os vícios, o Senhor retira de nós aquilo que nos faz mal, exemplo: o alcoólatra prejudica a sua saúde, a sua família, e principalmente a sua vida espiritual.  

 Conclusão 

O atleta perde para ganhar, Paulo escreveu aos Filipenses: "mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo” Fp 3:7. Assim como o atleta obedece ao seu instrutor para conseguir o almejado prêmio, sem ter certeza de que conseguirá, o servo do Senhor é obediente às orientações do seu conselheiro, o Espírito Santo, e luta com a certeza de que se andar nesta direção, na revelação, conseguirá alcançar o projeto de Deus para sua vida. Para Deus não há melhor nem pior, maior nem menor, é só corrermos, não olhando para trás, não nos embaraçando com as coisas dessa vida, não desistindo de perseguirmos o alvo. Assim como Deus deu a ordem para Israel comer o cordeiro apressadamente, antes de sair do Egito, porque Faraó estava no seu encalço, devemos obedecer ao nosso guia, porque a volta de Jesus está muito próxima e não podemos correr o risco de ser surpreendidos pelo adversário e, desanimados, perdermos o nosso prêmio. Eli – corria bem até que perdeu o ânimo de lutar. 1Sm 3:2, 1Sm 4:18 Elias – também acomodou-se, mas recebeu o renovo do Senhor e pode caminhar até o dia do seu arrebatamento. 1Rs 19, 2Rs 2:11 Vamos buscar o renovo, para continuarmos a nossa caminhada e alcançarmos o prêmio que é a vida eterna. A renúncia para seguir a Cristo é passo importante nesta carreira para a eternidade. Para sermos atletas conscientes, temos que reconhecer que precisamos renunciar ao mundo com seus prazeres, a opinião dos amigos, abrir mão da nossa razão dando a direção da nossa vida ao Espírito Santo. "Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça e as outras coisas vos serão acrescentadas" Mt 6:33

José Roberto Alves.