Um deus, um ser
criado, o Arcanjo Miguel, o Filho de Deus ou Deus?
Por: José
Roberto Alves
Texto: João 1.1
Introdução:
Veja o credo das
Testemunhas de Jeová:
“Cremos em
Jesus
Cristo,
seu Único Filho, nosso Senhor.
Ele é o primogênito de toda a criação, porque foi o primeiro a
ser criado por Jeová;
portanto, não é eterno, de eternidade a eternidade, da mesma forma
que o Pai; ele é o unigênito, pois foi o único criado diretamente
pelas mãos de Jeová; ele
é um deus,
assim como Satanás é um deus; ele
é “Deus poderoso”,
mas não todo-poderoso; ele é, desde que foi criado, inferior ao
Pai; ele
é o arcanjo Miguel que transferido para o ventre de Maria
e se fez homem; padeceu sob Pôncio Pilatos, foi pregado numa estaca
de tortura (não numa cruz); desceu à sepultura, onde esteve
inconsciente, em estado de inexistência, e ao terceiro dia
ressuscitou espiritualmente (não fisicamente); subiu ao céu, está
assentado à direita de Jeová e já voltou invisivelmente em 1914,
esperando o momento para começar a batalha do Armagedom e instaurar
o paraíso terrestre.”
Vendo a
necessidade dos dias atuais, em vista a muitas especulações sobre a
pessoa de Jesus Cristo, espero neste manuscrito expressar ou
desvendar de maneira simples sobre quem é na realidade “o Cordeiro
que tira pecado do mundo”, que é visto por muitos como um
filósofo, um ser encarnado, uma anjo ou arcanjo, um ser criado que
apenas veio demonstrar um certo tipo de amor. As especulações ainda
são fortes quando o assunto é a DIVINDADE DE JESUS CRISTO. Há
grupos que rejeita veemente esta posição do Filho de Deus, que veio
ao mundo para morrer em prol do resgates de muitas vidas perdidas.
Vamos esclarecer que a própria palavra de Deus é fiel e digna de
aceitação, e “divinamente inspirada, é proveitosa para ensinar,
para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça...” (II Tm
3.16)
1. A
EXPLICAÇÃO DO TEXTO DE JO 1.1.
Notemos aqui
entres estes versículos muitas concordâncias e uma discrepância,
todas falando sobre a Divindade do Verbo da Vida.
Inglês:
“In
the beginnigs was the Word, and the Word was with God, and the Word
was God.” (John 1.1 – Version King James)
Português:
“Antes
de ser criado o mundo, aquele que é a Palavra já existia. Ela
estava com Deus e era Deus.” (João 1.1 – Novo Testamento na
NTLH, SBB, 2002)
“No principio
era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” (João
1.1 – Edição RC João Ferreira de Almeida, IBB, 86ª Edição de
1996)
Tradução
das Torre de Vigia: “No
principio era a palavra, e a palavra estava com Deus, e a palavra era
[um] deus.” (Tradução Novo Mundo – Revisão de 1986)
Grego: “EN
ARKHÊ ÊN Ó LOGOS KAI Ó LOGÓS ÊN PROS TÔN THEÔN KAI THEÓS ÊN
Ó LOGÓS.” (Texto do Original Grego)
Ao ver o texto
em português, logo percebemos uma equivalência em quase todas as
traduções, exceto a assustadora tradução do Novo Mundo da
Sociedade de Torre de Vigia, órgão de publicação e governo das
Testemunhas de Jeová. O texto da referida tradução nos mostra que
Jesus era um deusinho de segunda categoria, demonstrando assim que
sua divindade não existe, o texto na própria tradução está em
grife
e
nos apresenta apenas como um acréscimo desnecessário e abusivo com
o intuito de manipular o seu significado. No original grego,
percebemos claramente que o texto jamais daria um sentido diferente
em relação a Divindade atribuída ao Verbo (Jesus). Veja claramente
a partícula final do versículo em grego: Theós ên ó Logós”,
onde THEÓS é Deus, ÊN Ó LOGÓS: era a Palavra. A partícula grega
Ó é um artigo masculino, nominativo, singular que significa “A”,
LOGÓS: substantivo masculino, sofrendo a 2ª declinação, pois é
terminado em “ÓS” de igual terminação com o artigo,
nominativo, singular, portanto sem existência de um artigo locativo,
pois seria escrita de forma diferente, sendo assim sua escrita: “Ó
LOGÓS ÊN TÔ THEÔ” com tradução: “a palavra era um deus”.
2. A CRIAÇÃO
DE OUTRO DEUS.
É difícil
entender mediante as escrituras e o raciocínio dos Tjs a criação
de um outro deus, já que a tradução do Novo Mundo assim afirma,
embora sabendo que as escrituras expressa claramente que: “Vós
sois minhas testemunhas” é a anunciação de Jeová, “sim, meu
servo a quem escolhi, para que saibais e tenhais fé em mim, e para
que entendais que Eu Sou o mesmo. Antes de mim não foi formado
nenhum Deus e depois de mim continuou a não haver nenhum.” (Is
43.10 – TNM). Os Tjs apresentam Jesus Cristo apenas como “um
deus”, como pode existir mais algum Deus? Como argumentar o texto
de Isaías em contraste ao de João? Será a Bíblia a inspirada
palavra de Deus ou a contraditória palavra de deus? Agora, é Jesus
Deus ou não? Apesar de argumentarem ser Jesus um ser criado, o
escritos sacros com respeito a sua pessoa declaram ser Ele “Deus”,
Divino em toda a sua existência. O próprio Jesus afirmou ser igual
ao Pai quando disse: “Eu e o Pai somos um”, não se fala em uma
só pessoa, mas duas numa personalidade única e divina, um só Deus
(Jo 10.30 - TNM).
2.1 – A
unidade divina no Velho Testamento.
Em Gênesis,
temos vários textos que expressa uma divindade pluralista, ou seja,
o ser Deus está exposto como uma união de mais de uma pessoa, veja
alguns versículos no texto do primeiro livro da Bíblia:
“E
Deus prosseguiu dizendo: 'Façamos [o] homem a nossa imagem, segundo
a nossa semelhança... (Gn 1.26 - TNM)
“E
o SENHOR Deus prosseguiu dizendo: 'Eis que o homem se tem tornado
como um de nós... (Gn 3.22 - TNM)
“Vamos!
Desçamos e confundamos o seu idioma... (Gn 11.7 – TNM)
Como podemos
perceber, encontramos aqui a pessoa de Deus expressando-se na 1ª
pessoa do plural, afirmando assim a existência de mais um alguém
de mesma igualdade com Ele. Deus jamais iria falar em conjunto com os
anjos, serafins, querubins e até os arcanjos, pois eles não
poderiam realizar obras digna de muita grandeza, que só Deus poderia
fazer. A própria palavra “Elohim” já está em plural, sendo que
a palavra singular seria “El” que significa “Senhor”, em
Hebreus (1.2), encontramos uma referencia que afirma ser Jesus o
Criador, que fez também o mundo, e João fala “que todas as coisas
foram feitas por Ele...” (Jo 1.3), estabelecendo assim o vínculo
divino de Jesus com o Pai.
2.2 – A
Divindade de Cristo.
Segundo
a teologia dos Tjs, Jesus Cristo é visto como um mero anjo - o
primeiro ser criado por Deus,
quando começou a criar os anjos. As
testemunhas
de Jeová identificam Cristo como Miguel, o arcanjo, embora elas
chamem Jesus "o Filho do Homem" - "porque a primeira
pessoa espiritual criada por Deus era para ele como um filho
primogênito". Elas também o chamam de "o deus", e
traduzem eJoão 1:1 de acordo com essa ideia em suas Bíblias, não
consideram Jesus como sendo consubstancial
(pertencente
à mesma natureza e substância) do próprio Deus, mas uma "pessoa"
diferente Dele e o mais importante depois Dele (1 Coríntios 11:3,
diferente do ensino ortodoxo cristão sobre a Santíssima Trindade.
Mas sabemos que as escrituras gregas (NT), apresenta em toda sua
totalidade a natureza divina de Jesus Cristo, embora os Tjs tentam
apresentar Jesus como um simples ser criado por Jeová, apresentando
textos fora do contexto, ao analisar tais passagem veremos ser apenas
uma manipulação de palavras. Devemos atentar expressamente pela
veracidade exegética, buscando extrair da palavra o seu real
significado. A Eisegese*
é contrária a este de tipo de sentido lógico da palavra, pois ela
se encarrega em introduzir ao texto um significado que o texto não
expressa.
2.2.1
- Fatos
encontrados no N.T que demonstram a Divindade de Jesus Cristo.
a)
Segundo os Judeus, só Deus podia PERDOAR PECADOS, e Jesus o fez com
um paralitico. Mc.2.5-10;
b)
Declarar-se Filho de Deus absolutamente, seria uma blasfêmia considerada
pelos judeus pois ao fazer assim seria tornar-se igual a Deus. João
5.17,18; (Lv. 24.16),
c)
Jesus é digno de ser adorado. Heb.1.5,6; Apoc.1.6-18; 21.5-7.
d)
Profetizado como o filho concebido da Virgem, e sendo chamado Deus Forte.
Isaías 9.6.
e)
Foi condenado a morte, devido tão somente ter aceitado a acusação
que era
realmente o Filho do Deus Bendito. Mc 14.60-64;
f)
Reconhecido por um dos apóstolos como o Cristo o Filho do Deus vivo. Mat.
16.16;
g)
Reconhecido pelo o centurião após a crucificação, como Filho de
Deus. Mat. 27.54.
h) Os judeus procuravam matar Jesus por dizer "que Deus era seu próprio Pai", referindo-se ser de igualdade com Ele, demonstrando ser Deus. João 5.18
i)
Ele mesmo disse ser Um só com o Pai. João 10.30 e depois quase apedrejado,
devido ao fato dos judeus reconhecerem que Jesus estava se
equiparando com Deus. vv. 31-36.
2.2.2
– Jesus e o Arcanjo Miguel.
Afirmam
as Tjs ser Jesus Cristo a encarnação do arcanjo Miguel, trazendo em
suas interpretações farjutas os textos de Tessalonicenses e de
Judas, quando os mesmo falam sobre Jesus quando de sua vinda
invisível, aparecerá com alarido e com voz de arcanjo (I Ts 4.16),
e Judas em seu escrito fala sobre o arcanjo Miguel (Jd vv.9).
a)
Não existe nenhum versículo no NT que identifique Jesus com o
arcanjo Miguel.
b)
O arcanjo Miguel jamais foi introduzido no ventre de Maria, o texto
bíblico diz que foi gerado por obra do Espirito Santo (Mt 1.20; Lc
1.35)
c)
Em Mateus 4.10,11 fala que Jesus repreende Satanás, enquanto em
Judas 9 Miguel não se atreveu a censurá-lo, mas entregou a
responsabilidade a Deus.
CONCLUSÃO:
É
inadmissível aceitar as afrontas e até blasfêmias contra a pessoa
de Jesus Cristo. Tais pregadores seguem as heresias de Ário
(sacerdote do século IV, da cidade de Alexandria, no Egito.), que
negava veemente a divindade de Jesus, assim como atestava ele que
Jesus era apenas uma mera criatura; tais conclusões precipitadas com
base em apenas um versículo insolado e mal interpretado da tradução
grega “septuaginta”, de Provérbios 8.22, que diz: “Kyriós
ektisén me archén hodón autou eis erga autou
– O
Senhor me criou como o princípio de suas obras, antes de suas obras
mais antigas.”
Onde a Septuaginta traduz a palavra hebraica “qanah” (em grego:
ektisén) por “criar”, sendo a palavra mais usual “possuir”,
ou seja, o versículo seria: “O
SENHOR me possuiu no princípio de seus caminhos, desde então, e
antes de suas obras.”
Trouxe
para tal sacerdote uma confusão, que o fez assegurar tais heresias
até o fim de sua vida. Esta heresia foi refutada pelos os
apologistas e grandes teólogos pensadores daquela época, sendo o
mesmo a tarefa árdua e perseverante daqueles que primas pelas bases
sólidas da verdade bíblica.
José Roberto Alves da Silva –
Bacharel em Teologia.
BIBLIOGRAFIA.
- Sobre “Jesus é o arcanjo Miguel” - Revista Sentinela, 1º de Outubro de 1995, p. 8.
- Sobre “ Jesus ser Miguel” - Livrete da Torre de Vigia, Enjoy Life on Earth Forever! [Goze a Vida na Terra Para Sempre!], p. 14, 1982.
- Sobre a Divindade de Jesus – Livrete da Torre de Vigia, O que a Bíblia realmente ensina?, p.41, 2005.
- Credo dos Tjs – Declaração encontrada na segunda página de qualquer revista A Sentinela.
- Consultas á Bíblia de Estudo do Evangelista, na seção “Estudos e Históricos das seitas” - As Testemunhas de Jeová, p. 1433, 2009.