Texto: Apocalipse 19. 1-9.
INTRODUÇÃO.
As Bodas do Cordeiro, é um dos assuntos que quase não se discute em uma sala de aula, visto que a mesma faz parte de um ramo da teologia: A Escatologia - é a doutrina das ultimas coisas, e faz parte do ensino de linha teológica dispensacionalista, onde por meio de uma cronologia ou a sistematização dos eventos, define o que ocorrerá no tempo do fim, precisamente entre a sexta e a sétima dispensação. Tendo em vista o tempo da igreja gentílica, cruzando já a quase 2.000 anos de história, que finalmente culminará nos cumprimentos proféticos finais e consequentemente a esperada Vinda do Rei Jesus, vindo buscar a sua igreja, tal qual noivo a buscar a noiva. Sinais precedidos com o Arrebatamento, e o Tribunal de Cristo e posteriormente as Bodas, que na verdade é a festa de Casamento. Muitas referencias biblicas proporcionam variedades riquíssimas em detalhes e complementação do assunto. Iremos sequencialmente tentar abordar de maneira clara e concisa, sintetizando cada particularidade do assunto.
1- REFERENCIAS SOBRE O ASSUNTO NAS ESCRITURAS.
a) Encontramos basicamente, utilizando a JFA-RC, aproximadamente 15 referencias sobre bodas, de forma literal nas escrituras, vejamos.
1-Quando Sansão celebra a própria festa de casamento – Jz 14.12,17. 2- Quando Jesus fala sobre a prática do Jejum, em que os convidados não deveria jejuar, enquanto o noivo estivesse com eles – Mt 9.15; Mc 2.19; Lc 5.34.
3- Jesus conta a Parábolas das Bodas – Mt 22.1-9.
4- A parábolas das Dez Virgens – Mt 25.10 (1-13).
5- Parábola do Servo Vigilante – Lc 12.36; (Ap. 19.11-21)
6- Parábola dos primeiros assentos – Lc 14.8.
7- Jesus nas Bodas em Caná da Galileia – João 2.1-2. 8- A BODAS DO CORDEIRO – Ap 19.7,9; - Apenas especificamente nestas passagens é que falam sobre o Casamento ou Bodas do Cordeiro.
b) Referencias sobre as Bodas do Cordeiro.
1. Como foi explicado anteriormente, apenas nestes dois versículos do Apocalipse é que encontramos a expressão Bodas do Cordeiro, que em grego é “Gámos toû Arniou – v.7” e “deîpinon toû Gámos tou Arniou – v.9”, que segundo a interpretação da teologia das dispensações, dentro da cronologia escatológica do tempo, se trata da Festa de casamento de Cristo com a sua igreja, tomando por bases outras referencias biblicas, dentre elas as mais conhecidas, como: Samo 45; Mt 22; Mt 25.1-13; etc... (Fonte: Biblia de Estudo Dake).
2. Alguns explicam que as Bodas do Cordeiro nestas passagens seria que: “o simbolismo do
casamento expressa intimidade, amor e alegria entre Cristo e seu povo, consumando assim, os compromissos expressos anteriormente nas escrituras. (Is 54.5-8; Os 2.19-20; Ef 5.26-27;) (Fonte: Biblia de Estudo de Genebra).
2. O QUE SIGNIFICA A PALAVRA “BODAS”? Em João 2.1-2, encontramos as seguintes palavras em grego - “Gámous e Gamon”; em Mt 22.2-4,9 “Gámous, Gámous e Gámous”; vs. 10-12 as palavras “Gámos, Gámou e Gámou”; Mt 25.10 “Gámous”; e em Ap 19.7 “Gámos toû Arniou” - Bodas do Cordeiro e no versículo 9 a expressão “deîpinon toû Gámos toû Arniou”. Que já foi exposto anteriormente como referencias, que aqui pretendemos dar uma explicação detalhada sobre estes vocábulos. A palavra grega 'Gámos, ou – s.m (substantivo masculino) que significa – união legitima, matrimonio // bodas, festas nupciais; nupcias; etc...
3. O CASAMENTO NA CULTURA JUDAICA.
Conforme os texto lidos e relidos do Evangelho de Mateus e outros, como nos capítulos 22 e 25, encontramos um fundo histórico-cultural judaico, tratando cada detalhe o casamento.
a) O NOIVADO – Esse era e é o primeiro passo a ser dado para se contrair contrato de casamento, era um compromisso assumido normalmente entres os pais dos noivos. Em que os noivos ficavam prometidos até que se realiza-se o casamento.
b) OS PRESENTES – O noivo ou a família estavam na obrigação de dar presentes a noiva. Vemos isso em Gn 24.52,53 de Isaac e Rebeca e em Gn 29.19,20 no caso de Jacó. c) TEMPO DE ESPERA – Os noivos deviam ser fiéis um ao outro como se fossem já casados. Caso houvessem infidelidade, haveria dissolução do noivado, sendo anulado o mesmo.
d) O CASAMENTO – Iniciava com a ida do noivo a casa da noiva, indo buscá-la para levá-la a sua festa nupcial e logo após a lua de mel. A noiva esperava ansiosamente pelo o noivo, vestindo roupas e joias guardadas para o evento, seguindo com o noivo e as damas de honra e convidados para o banquete.
e) O SIGINIFICADO – Cristo nos fez promessas quando veio a 2.000 anos atrás, e a sua igreja, nós, o aceitamos e prometemos fidelidade a Ele, portanto devemos permanecer virgem e pura espiritualmente. O seu maior presente ou dote que Ele nos deu, foi a sua morte vicária, em favor das nossas pobres almas que estavam afastadas de Deus, e nos comprou com seu sangue, dando sua vida. Veja: Ef 5.25 e At 2028.
4. O SIGNICADO HISTORICO DAS BODAS.
É sugerido que quando Cristo proferiu a parábolas das bodas em Mateus 25: 1-12, ele estivesse assentado no Monte das Oliveiras, já na declinação do sol sobre os montes e quando a noite se aproximava, estando com seus discipulos, entre as sombras da noite que enegrecem com a saída do sol, ele avista uma moradia com esplendorosa luz de uma festa, que tudo indica ser uma celebração nupcial. Isto indica que as festividades no oriente sobre as bodas sempre acontecia á noite. E era de costume que o noivo partisse ao encontro de sua noiva, trazendo consigo até a sua casa, á luz de tocas, o séquito dos nubentes sai da casa paterna para seu próprio lar, onde estava preparado um banquete, que era oferecido aos convidados. Era uma cena contemplativa aos olhos de Cristo, onde um grupo espera o aparecimento do séquito nupcial para a ele se ajuntar.
a) Cristo é o noivo que ansioso aguarda a encontrar-se com a sua noiva amada -igreja- na parábola que é representadas pelas virgens. (Mt 25.1).
b) Prudentes e néscias – tratasse do retrato da igreja, onde sua constituição ainda é mantida de fieis íntegros e infiéis que levavam consigo suas lamparinas com azeite, onde uns puderam poupar o que tinha e outros deixaram esgotar o que tinha de maneira relaxada. Mt 25.2-4)
c) As lamparinas significam a palavra de Deus e o azeite o Espirito Santo. (Sl 119.105; o azeite da unção – Ex 25.6; Nm 35.25; 2 Sm 1.21; Sl 133.2; Jl 2.28. d) A demora do aparecimento do noivo, que fala declinação temporária do dia á noite, fazendo com que as virgens se acomodassem e viesses tosquenejar. (Mt 25.5).
5- A EXPLICITAÇÃO DO ENSINO SOBRE ESTA VERDADE – AS BODAS DO CORDEIRO.
a) Embora existam várias interpretações escatológicas hodiernamente, várias escolas tentam explanar com precisão os acontecimentos dos eventos finais na trajetória da igreja, fica claro que o assunto embora visto por alguns como apenas um simbolo, precisamos de fato mostrar a literalidade dessa doutrina, procurando ligar e entrelaçar algumas verdades biblicas para um melhor entendimento. Cristo em várias passagens do N.T, em parábolas explicou que na realidade haverá de fato uma grande celebração nas regiões celestiais, como em passagens de Mt 22.2-9; 25; Lc 12.36; 14.15-24; e quando na celebração da instituição da Santa Ceia, junto aos seus apóstolos, o Senhor revelou a sua ansiedade de realizar a “Grande Ceia nos céus” em Mt 26.29. Veja outras referencias: Mc 14.25; Lc 22.16,18,30; e que o Apostolo Paulo também faz menção a este assunto, quando doutrina sobre a celebração da ceia do Senhor em I Co 11.26).
b) É chamado de Casamento de Cristo com a sua Igreja, tal qual o apostolo Paulo chama de virgem pura em 2 Co 11.2, e chama como alguém que anela vê-la. (Ct. 2.13).
c) A igreja deve ser lavada e redimida no sangue do Cordeiro, constituída de fiéis salvos em todo o mundo e de todas as tribos e nações em todos os tempos, tanto judeus como gentios, cujas vestes nupciais são brancas e puras. (Ap 3.5; 7.9; 19.8) que são adquiridas e conquistadas ainda na terra, antes do arrebatamento, será a justiça dos santos (Lv 19.35, 36) e esse evento ainda é comparado á:
1- José no Egito que se casa com uma gentia – Gn 41.45;
2- Moisés que se casa com Zípora. - Ex 2.21;
6- O SENTIDO DA PALAVRA “CORDEIRO”.
Em relação a Cristo, a palavra “Cordeiro” fortalece a ideia de que a igreja foi comprada por um alto preço, o sangue do Cordeiro de Deus (I Pe 1.18,19; Ap 5.6-9). Existem aproximadamente 2 referencias diretas sobre o “Cordeiro no Apocalipse”, são elas: Ap 19.7 e 9. Veja outras referências: Ap 5.6,8,12; 6.1,16; 7.9,10,14,17; 12.11; 13.8,11; 14.1,4,10; 15.3; 17.14; 19.7,9; 21.9,14,22,23,27; 22.1,3); Há outra referencias no N.T, que e um sentido etimológico diferentes quanto a situação e descrição bíblica, vejamos:
a) “amnós, ou – cordeiro – usado somente com referencia a Jesus, conforme: Jo 1.29,36; At 8.32; I Pe 1.19;
b) “arén, arnós” - cordeiro – referindo ao próprio animal em comparação aos discipulos de Jesus, sendo enviados como “cordeiros no meio dos lobos” - Lc 10.3.
c) “Arnion, ou tó” - cordeiro – conforme passagens em: Jo 21.15; Ap 5.6,8,12;
d) “Tremma, atós, tó” - se refere a animal domesticado, especialmente cordeiro ou bode – Jo 4.12;
CONCLUSÃO:
Este é o evento muito esperado pela igreja, saber que seu noivo amado esta vindo buscá-la, para enfim morar eternamente com Ele na eternidade. É uma promessa que ele fez 9Jo 14.1-3) e que breve Ele cumprirá (At 1.11), vindo sobre as nuvens e chamar sua noiva querida (I Ts 4.13-18;) e ela deve sim está ataviada e bem preparada para está com seu amado nas mansões celestiais (Sl 45; Mt 22.1-9; 25,10). Prepara-te ó igreja querida, para subir e encontrar com seu noivo que vem com suas tochas acesas ao seu encontro saltitando de alegrias.
Esboço e estudos realizado mediante consultas bíblicas e fontes de alguns autores renomados. (Subsídios para usar em sala de aula da EBD, em 14 de Fevereiro de 2016.)
Teólogo José Roberto Alves da Silva
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